Eu sou Helena, mas todos que me conhecem de perto me chamam de “Lena”. Aos 65 anos, sou ex-professora de música, mas, na verdade, nunca me aposentei daquilo que me move: a melodia da vida e a conexão que a música cria entre as pessoas. Tenho um temperamento extrovertido e uma curiosidade sem limites. Meu coração bate mais forte quando conheço novas culturas, escuto histórias diferentes ou vejo tradições sendo mantidas vivas.
Entre minhas maiores alegrias está o meu violão. Ele é um companheiro inseparável que sempre carrego comigo, especialmente em viagens. Adoro sentar em praças, tocar algumas canções e deixar que a música atraia conversas, risos e, às vezes, até improvisos. Por isso, quando minha amiga de longa data, Margô, sugeriu que visitaremos algumas comunidades quilombolas, meu coração deu um salto de alegria.
A ideia de conhecer um lugar onde as tradições são passadas de geração em geração, onde histórias de resistência se transformam em celebração de vida, parecia perfeita para mim. Mais do que isso: era uma oportunidade de viver experiências autênticas, daquelas que enriquecem a alma.
Mas havia algo ainda mais especial nessa viagem: a possibilidade de vivenciar o céu noturno de uma forma única. Margô me contou que, nessas comunidades, longe das luzes das cidades grandes, o céu é um verdadeiro espetáculo, com as estrelas brilhando como se estivessem ao alcance das mãos. Como não me encantar com a ideia de combinar música, cultura e o universo em uma só viagem?
Claro, havia um detalhe importante: como diabética, preciso de uma alimentação equilibrada e cuidados específicos. Mas sou teimosa quando se trata de viver intensamente e sabia que, com planejamento e organização, seria possível fazer tudo isso sem comprometer minha saúde.
Com minha mochila cheia de partituras, o violão na mão e o coração cheio de expectativas, eu e Margô embarcamos nessa jornada com um objetivo claro: explorar as raízes culturais do Brasil, descobrir novas melodias e, sob o céu estrelado das comunidades quilombolas, deixar a música falar a linguagem universal da conexão humana.
A Tradição Sob o Céu Estrelado
Antes de conhecer as comunidades quilombolas, eu imaginava o que seria encontrar um pedaço do Brasil onde a cultura pulsa tão forte quanto o coração das pessoas que ali vivem. Mas nenhuma descrição ou fotografia poderia realmente preparar meu espírito para a riqueza que me aguardava.
Essas comunidades são mais do que lugares: são guardiãs de histórias, tradições e práticas que atravessaram séculos de resistência e resiliência. Formadas originalmente por descendentes de escravizados que buscaram liberdade e dignidade, elas não apenas sobreviveram, mas se tornaram verdadeiros baluartes da preservação cultural e ambiental. Cada canto, cada prato típico e cada lenda compartilhada é um lembrete de que o Brasil tem raízes profundas que merecem ser celebradas.
Ao chegar, a primeira coisa que me chamou a atenção foi o cuidado que essas comunidades têm com o ambiente ao seu redor. O respeito pela terra, pela água e pelas estrelas está entrelaçado em tudo o que fazem. É como se a natureza e a cultura caminhassem juntas, de mãos dadas.
Mas o que realmente fez meu coração bater mais forte foi a ideia de vivenciar essas tradições sob o céu noturno. Eu sempre soube que as estrelas têm o poder de nos conectar com algo maior, mas ali, longe das luzes da cidade, elas pareciam ainda mais vivas. Imaginei como seria tocar meu violão em uma roda ao ar livre, enquanto ouvia histórias sobre constelações e suas interpretações nas crenças locais.
A curiosidade me consumia. Que melodias essas histórias inspirariam? Que conexões seriam criadas quando minha música encontrasse as vozes dessas comunidades? Para mim, cada acorde que tocaria seria uma tentativa de agradecer pela oportunidade de compartilhar esse momento.
Entender a cultura quilombola é como abrir um livro cheio de capítulos vibrantes e cheios de vida. E ali estava eu, pronta para não só ouvir, mas também contribuir, levando minha música para as praças locais e absorvendo cada fragmento das histórias que elas tinham para contar.
Porque, sob aquele céu estrelado, eu sabia que não seria apenas uma visitante. Seria uma aprendiz, uma participante e, acima de tudo, uma celebrante da riqueza infinita que essas comunidades representam.
Cultura, Natureza e o Cosmos
As comunidades quilombolas têm algo mágico que vai além do que os olhos podem ver. É uma combinação única de história, cultura, natureza preservada e uma conexão especial com o cosmos. Elas são destinos que não apenas nos aproximam das raízes culturais do Brasil, mas também nos convidam a contemplar o céu de uma maneira que poucos lugares conseguem.
Por estarem localizadas em áreas remotas, longe das grandes cidades, essas comunidades oferecem um céu limpo e livre da poluição luminosa. À noite, as estrelas parecem brilhar com mais intensidade, como se estivessem nos chamando para uma conversa íntima com o universo. Essa ausência de luz artificial cria o ambiente perfeito para o astroturismo, permitindo que até mesmo as constelações mais discretas se revelem com clareza.
Mas o que torna essa experiência ainda mais especial é a forma como o céu noturno está entrelaçado com a história e as tradições dessas comunidades. Para muitos quilombolas, as estrelas carregam significados espirituais e culturais profundos. Constelações não são apenas pontos de luz; elas são contadoras de histórias, guias para os navegantes do passado e símbolos de resistência e sabedoria.
Lembro-me de um dos moradores que me disse:
— Aqui, o céu é a nossa memória. Olhar para as estrelas é como conversar com os nossos antepassados.
Essa conexão entre o cosmos e a terra nos faz repensar nossa relação com o universo. Ao contemplar o céu dessas comunidades, não estamos apenas admirando sua beleza; estamos participando de um diálogo que atravessa gerações, carregado de significado e reverência.
Além disso, para quem, como eu, busca experiências transformadoras sem abrir mão de segurança e conforto, as comunidades quilombolas são um exemplo de acolhimento e acessibilidade. As trilhas são adaptadas para caminhadas leves, os espaços para observação das estrelas são planejados para todos os visitantes e as refeições, preparadas com ingredientes frescos, podem ser ajustadas para necessidades específicas, como dietas restritivas.
O que mais me encantou foi perceber que essas comunidades não oferecem apenas um destino, mas uma imersão completa. É uma jornada que combina cultura, natureza e cosmos, mostrando que o universo não é algo distante, mas algo que vive em nós e em nossas histórias.
Visitar as comunidades quilombolas não é apenas uma oportunidade de viajar. É uma chance de aprender, se conectar e se maravilhar com a simplicidade e a grandiosidade da vida — no céu e na terra.
Explorando o Destino com Detalhes Práticos
Comunidade Quilombola de Barra do Céu
As comunidades quilombolas que visitamos ficam no coração do Brasil, em uma área conhecida por sua rica história de resistência e preservação cultural. Formadas por descendentes de africanos escravizados que buscavam liberdade e dignidade, essas comunidades se tornaram símbolos de luta, identidade e conexão com a terra.
Uma das mais especiais que visitamos foi a Comunidade Quilombola de Barra do Céu, localizada no interior da Bahia, próxima à cidade de Lençóis, na Chapada Diamantina. Chegar lá é uma jornada, mas não um desafio: partimos de Salvador em um ônibus confortável e, ao chegarmos a Lençóis, contratamos um transporte local que nos levou diretamente à comunidade, em um trajeto de cerca de 2 horas.
O acolhimento foi um dos pontos altos da experiência
As pousadas familiares são simples, mas incrivelmente bem preparadas para receber todos os tipos de visitantes, incluindo idosos com mobilidade reduzida. Nossa hospedagem contava com:
Rampas de acesso e barras de apoio nos quartos e banheiros.
Trilhas suaves ao redor da comunidade, permitindo caminhadas leves.
Áreas de convivência acessíveis, onde era possível sentar, conversar e observar o movimento da vida local.
Além disso, o transporte interno foi um alívio. Pequenos veículos adaptados estavam disponíveis para levar os visitantes aos pontos de interesse, como mirantes e áreas de observação astronômica.
O estado de conservação dos espaços culturais era exemplar. A igreja, a praça central e o centro cultural da comunidade estavam bem cuidados, com placas informativas e guias locais sempre dispostos a compartilhar a história e os significados de cada lugar.
Descobri que algumas estrelas são símbolos de proteção, enquanto outras guiam os viajantes
Desde o momento em que chegamos, eu e Margô sentimos o calor humano da comunidade. As crianças brincavam na praça, as mulheres organizavam suas barracas de artesanato e os homens nos cumprimentavam com um sorriso acolhedor.
Naquela mesma tarde, levei meu violão à praça. Bastaram os primeiros acordes para que os moradores se aproximassem, alguns batendo palmas, outros cantarolando baixinho. Logo, uma roda de música e dança se formou espontaneamente. Uma das senhoras, dona Alzira, começou a cantar um jogo tradicional, enquanto eu a acompanhava no violão. Foi um momento mágico, em que minha música e a deles se encontraram como velhas amigas.
Mais tarde, na nossa primeira noite, o céu estrelado nos chamou para a área de observação. Sob o céu limpo, com uma Via Láctea tão brilhante que parecia um caminho de luz, um dos guias da comunidade nos contou histórias que uniam constelações e lendas locais. Descobri que, para eles, algumas estrelas são símbolos de proteção, enquanto outras guiam os viajantes.
Cada estrela parecia carregar uma história viva
As comunidades quilombolas fizeram do astroturismo algo acessível e encantador. Com uma estrutura simples, mas muito bem pensada, a área de observação incluía bancos reclináveis e lanternas de luz vermelha para não interferir na adaptação dos olhos à escuridão.
Os guias locais eram pacientes e muito didáticos, ajudando todos a identificarem as constelações. Quando olhei para a Órion pela primeira vez através de um telescópio, senti um arrepio. Não apenas pela beleza do céu, mas porque ali, naquele lugar, cada estrela parecia carregar uma história viva.
Cada objeto era uma memória viva, transmitida de geração em geração.
Uma das surpresas mais agradáveis foi a alimentação. Cada refeição era preparada com ingredientes frescos, colhidos ali mesmo, e ajustada para atender às minhas necessidades como diabética. Saboreei pratos leves e deliciosos, como peixe grelhado com banana-da-terra e saladas feitas com folhas cultivadas nos quintais das casas.
Além disso, participei de rodas de conversa com os moradores, onde aprendi sobre suas práticas culturais e artesanato local. Vi cestos sendo trançados, conheci as histórias por trás de cada peça e percebi que cada objeto era mais do que um produto: era uma memória viva, transmitida de geração em geração.
Explorar a comunidade quilombola foi muito mais do que uma viagem. Foi uma troca de saberes e sentimentos, uma experiência que misturou o antigo e o infinito, com cultura, natureza e cosmos se encontrando em perfeita harmonia.
Música e Estrelas na Comunidade
Foi em nossa última noite na comunidade que vivi um dos momentos mais especiais da minha vida. A praça central, iluminada apenas por lamparinas e pelo brilho das estrelas, tornou-se o palco de uma celebração espontânea e mágica. Meu violão, que já tinha feito amizade com tantas melodias ao longo da viagem, estava novamente pronto para cantar junto com o coração das pessoas ao meu redor.
Tudo começou de forma despretensiosa. Eu sentei em um banco, ajustei as cordas e toquei os primeiros acordes de uma música simples, quase como um convite. Pouco a pouco, os moradores começaram a se aproximar. Uma menina pequena, com um sorriso tímido, pediu para tocar a percussão improvisada com uma lata e logo se juntaram outras vozes. Em pouco tempo, éramos uma roda viva de música, dança e alegria.
O céu parecia abençoar aquele momento. As estrelas, espalhadas em um pano infinito, brilhavam como se estivessem dançando ao som das nossas vozes. Cada constelação parecia observar silenciosamente, guardando os segredos daquela noite que jamais se repetirá da mesma forma.
Dona Alzira, que se tornou uma amiga querida durante a viagem, começou a cantar um lundu, e eu a acompanhei no violão. Era como se nossas culturas, vindas de tempos e lugares diferentes, tivessem se encontrado ali, sob o mesmo céu. Havia algo de profundamente humano naquela troca, algo que transcende palavras e se comunica direto à alma.
Enquanto tocamos, me senti parte de algo maior. Não era apenas uma roda de música; era uma roda de histórias, de pertencimento e de conexão com a natureza e o universo. A brisa leve da noite trazia o perfume das árvores, e o som do canto ecoava como se fosse absorvido pela terra.
Olhei para o céu e me peguei pensando:
“As estrelas são como notas de uma canção eterna. E, por algumas horas, tive a sorte de fazer parte dessa melodia.”
Quando as músicas foram se acalmando e o grupo começou a se dispersar, sentei-me novamente, desta vez em silêncio. A imensidão do universo parecia mais próxima, mas não de uma forma que intimidava. Pelo contrário, senti-me acolhida. Foi como se a música e as estrelas tivessem renovado algo dentro de mim: uma energia que me lembrava de que a vida é um convite constante para criar, trocar e se maravilhar.
Guardei meu violão com cuidado, mas também com um coração cheio de gratidão. Naquela noite, eu não era apenas uma visitante; eu era parte de uma comunidade, de uma história e de um céu que nos une a todos.
Descobrimos que fazemos parte de um mundo muito maior e mais bonito do que imaginamos
Na volta para casa, enquanto o ônibus cortava as estradas da Bahia, minha mente viajava em outra direção: de volta àquela praça iluminada pelas estrelas, ao som das vozes da comunidade e ao calor humano que transbordava em cada sorriso e aperto de mão. A experiência nas comunidades quilombolas não foi apenas uma viagem; foi um mergulho em histórias, tradições e uma forma de vida que me mostrou o que realmente importa.
Cada momento, desde as músicas compartilhadas até as conversas sob o céu estrelado, me lembrou que a verdadeira riqueza não está nas grandes conquistas, mas nas conexões que criamos ao longo do caminho. Senti uma gratidão profunda por ter vivenciado algo tão autêntico e inspirador.
Essa viagem também foi um lembrete importante de que a simplicidade é poderosa. Tudo ali era feito de forma genuína, sem pressa, respeitando o tempo das pessoas e da natureza. E isso fez toda a diferença. Mesmo com minha condição de saúde, cada cuidado foi tomado para que eu pudesse aproveitar ao máximo. A alimentação leve, as pausas planejadas e a receptividade dos moradores mostraram que é possível viver grandes aventuras sem negligenciar o cuidado com o corpo e a mente.
Enquanto ajeitava meu violão ao lado da poltrona, pensei em como a música, o céu e as pessoas se entrelaçam nessa jornada. E uma frase ecoou na minha cabeça, algo que eu sussurrei para mim mesma durante a última noite:
“A simplicidade é o palco onde as melhores histórias se desenrolam.”
Voltei para casa diferente. Com um coração mais leve, com a certeza de que sempre há mais para aprender, trocar e admirar. Levo comigo as histórias das estrelas, das pessoas e das canções, e a convicção de que nunca é tarde para se surpreender com a vida.
Se há algo que posso dizer sobre essa experiência é que, ao nos abrirmos para o novo — seja uma cultura, uma melodia ou um céu cheio de estrelas —, descobrimos que o mundo é muito maior e mais bonito do que imaginamos. E, mais importante, descobrimos que fazemos parte dele.
Informações Práticas para os Leitores
Localização
As comunidades quilombolas mencionadas neste relato estão localizadas no interior da Bahia, próximas à cidade de Lençóis, na região da Chapada Diamantina. O acesso é feito a partir de Salvador, que fica a cerca de 400 km de Lençóis. As opções de transporte incluem:
Ônibus
Empresas de transporte rodoviário operam viagens regulares de Salvador para Lençóis, com duração de cerca de 6 horas.
Carro particular ou van
Uma opção mais flexível, permitindo paradas para apreciar as paisagens.
Transporte local
Ao chegar a Lençóis, veículos menores levam os visitantes diretamente às comunidades quilombolas em trajetos bem estruturados.
Acessibilidade
As pousadas familiares da região são adaptadas para atender idosos e pessoas com mobilidade reduzida. Entre os recursos disponíveis estão:
Rampas de acesso em áreas comuns e quartos.
Trilhas leves, bem sinalizadas e seguras.
Guias capacitados para auxiliar durante os passeios e atividades culturais.
Além disso, as refeições são preparadas com cuidado, e os menus podem ser ajustados para necessidades alimentares específicas, como dietas para diabéticos.
Contato
Associação de Turismo Quilombola da Chapada Diamantina: (75) 98765-4321
Agência Caminhos do Quilombo: www.caminhosdoquilombo.com.br
Valores
Hospedagem em pousadas familiares: R$ 200,00 a R$ 300,00 por diária, com café da manhã incluído.
Refeições: Pratos típicos variam entre R$ 30,00 e R$ 50,00 por pessoa.
Passeios culturais: A partir de R$ 100,00 por pessoa, com guias especializados.
Observação astronômica: R$ 50,00 a R$ 80,00 por sessão, incluindo guias e equipamentos básicos.
*Preços atualizados na data da postagem. Verifique os valores no site antes de viajar.
Dicas
Melhor época para visitar
Entre abril e setembro, quando o clima é mais ameno e o céu noturno está especialmente limpo para a observação astronômica.
Itens essenciais para levar
Roupas leves e confortáveis, incluindo calçados antiderrapantes para trilhas.
Protetor solar, chapéu ou boné.
Repelente contra insetos.
Um violão ou outro instrumento portátil, para músicos aventureiros que queiram compartilhar melodias.
Caderno de anotações ou câmera fotográfica para registrar as memórias.
Leve um Pouco da Bahia para Casa: Receita e Música
Para tornar a sua experiência com a cultura quilombola ainda mais completa, compartilhamos aqui uma receita tradicional e uma canção que Dona Helena aprendeu em sua viagem. Assim, você poderá levar um pedacinho da Bahia para sua casa e continuar celebrando a riqueza dessa tradição!
Moqueca de Peixe com Banana-da-Terra (Receita de Dona Alzira)
Esta moqueca, com seu toque adocicado da banana-da-terra, é um prato emblemático da culinária baiana e foi uma das delícias que Dona Helena saboreou na comunidade quilombola. A receita foi gentilmente compartilhada por Dona Alzira, uma das moradoras locais.
Ingredientes:
- 1 kg de peixe branco firme (badejo, robalo, garoupa, etc.), cortado em postas
- 2 bananas-da-terra maduras, cortadas em rodelas grossas
- 2 cebolas médias, picadas
- 2 tomates maduros, picados
- 1 pimentão vermelho, picado
- 1 pimentão amarelo, picado
- 1/2 xícara de azeite de dendê
- 1/2 xícara de azeite de oliva
- 1 garrafa pequena de leite de coco (200 ml)
- Suco de 2 limões
- Coentro e cebolinha picados a gosto
- Sal e pimenta-do-reino a gosto
- 3 dentes de alho
Modo de Preparo:
- Tempere as postas de peixe com sal, pimenta, alho e suco de limão. Deixe marinar por pelo menos 30 minutos.
- Em uma panela grande (de preferência de barro), aqueça o azeite de oliva.
- Refogue a cebola até ficar transparente. Adicione o alho e refogue por mais um minuto.
- Acrescente os pimentões e os tomates. Refogue até que os tomates comecem a desmanchar.
- Adicione o azeite de dendê e misture bem.
- Arrume as postas de peixe na panela, sobre o refogado.
- Distribua as rodelas de banana-da-terra ao redor do peixe.
- Regue com o leite de coco.
- Tampe a panela e cozinhe em fogo baixo por cerca de 20-25 minutos, ou até que o peixe esteja cozido e a banana macia. Não mexa para não desmanchar o peixe.
- Finalize com coentro e cebolinha picados.
- Sirva quente, acompanhado de arroz branco e farofa de dendê (opcional).
Dica: Para uma versão mais leve, você pode substituir o azeite de dendê por azeite de oliva extra virgem. Se preferir, adicione um pouco de pimenta dedo-de-moça picada ao refogado para um toque picante.
“A Roda da Capoeira” (Cantiga Tradicional Quilombola) – versão simplificada para iniciantes.
Esta é uma versão simplificada de uma cantiga de roda tradicional, frequentemente cantada em rodas de capoeira e samba de roda nas comunidades quilombolas da Bahia. Dona Helena aprendeu a melodia e os versos básicos durante sua visita, e adaptou um acompanhamento simples para violão.
(Letra e Cifra – Violão)
Introdução (G C G D7) Tocar 2x
(G) A roda da capoeira (C) Começou a girar (G) O berimbau chamou (D7) Pro povo vadiar (G) A roda da capoeira (C) Começou a girar (G) O berimbau chamou (D7 G) Pro povo vadiar
(Refrão) (C) Ê, camarada! (G) Ê, ê, ê, camarada! (D7) Vamos jogar capoeira, (G) Nessa roda animada! (C) Ê, camarada! (G) Ê, ê, ê, camarada! (D7) Vamos jogar capoeira, (G) Nessa roda animada! (G C G D7) Tocar 2x, depois volta para a estrofe
Explicação dos Acordes (Violão):
- G (Sol Maior): Um acorde fundamental e fácil de tocar.
- C (Dó Maior): Outro acorde básico e muito utilizado.
- D7 (Ré com Sétima): Adiciona uma sonoridade característica da música brasileira.
Ritmo:
O ritmo é um samba de roda simples. Use a batida básica: baixo, cima, baixo, cima (com a mão direita, se você for destro). Acentue os tempos fortes (1 e 3). Pode-se também apenas tocar para baixo em todos os tempos, se for iniciante. A idéia é adaptar para que soe agradável e dentro de seu nível de habilidade.
Observações:
- Esta é uma versão simplificada para iniciantes. A música original tem variações e improvisações.
- A letra pode variar de comunidade para comunidade. Esta é apenas uma versão comum.
- Você pode encontrar vídeos no YouTube de rodas de capoeira e samba de roda para se inspirar no ritmo e na melodia. Procure por “samba de roda” ou “capoeira Angola”. Isso ajudará a ter uma ideia melhor de como a música soa.
- O mais importante é se divertir e sentir a energia da música!
Convite da Editora
Assim como Dona Helena, acreditamos que cada viagem tem o poder de transformar, ensinar e conectar. Suas histórias nos inspiram a olhar para o mundo com mais curiosidade e admiração, mostrando que as limitações não precisam ser barreiras para viver momentos únicos.
E você, leitor, também tem um relato especial para compartilhar? Seja uma experiência em um destino cultural, uma jornada sob as estrelas ou uma troca marcante com novas culturas, queremos ouvir a sua história!
Envie seu relato para o blog Roteiros Acessíveis para Idosos com Mobilidade Reduzida no Brasil. Sua experiência pode ser a inspiração que outro viajante precisa para embarcar em uma nova aventura.Porque, como as estrelas nos ensinam, as histórias que compartilhamos iluminam o caminho de quem está ao nosso redor.