Salinas Maragogi All Inclusive: Conforto, Mar e Acessibilidade Para Todos

Casal de idosos desfrutando do pôr do sol no Salinas Maragogi All Inclusive Resort, sentados em cadeiras com vista para o mar e cercados por coqueiros; local com estrutura acessível para mobilidade reduzida.

Ao longo dos meus 68 anos, sempre fui fascinado pelas histórias e belezas do nosso Brasil. Como professor de história aposentado, li e ensinei sobre diversos lugares, mas havia um destino que permanecia apenas nos livros e nas conversas: as praias paradisíacas do Nordeste. Decidi que era hora de transformar esse desejo em realidade.

Minha esposa, Lúcia, e eu planejamos cuidadosamente nossa viagem, levando em consideração nossas necessidades de conforto e acessibilidade. Após pesquisas e recomendações, escolhemos o Salinas Maragogi All Inclusive Resort, em Alagoas, conhecido por suas águas cristalinas e estrutura acolhedora.

Este relato compartilha nossa experiência, desde o planejamento até os momentos inesquecíveis que vivemos. Espero que nossa história inspire outros a explorarem novos horizontes, independentemente das limitações que a vida possa impor.

Chegada ao Salinas Maragogi: Entre Surpresas e Tranquilidade

Eu e Lúcia partimos de Belo Horizonte numa manhã nublada. Ao pousar em Maceió, a luz do sol nordestino parecia nos receber com um sorriso largo. O caminho até Maragogi levou umas duas horas de estrada, mas foi bem tranquilo. O motorista, já acostumado com turistas mais vividos como nós, parou duas vezes pra gente esticar as pernas e tomar uma água de coco.

Quando passamos pelo portão do resort, confesso que senti aquele friozinho na barriga. Eu nunca tinha me hospedado num lugar assim, tudo incluído, com essa estrutura imensa e gente pra todo lado. Pensei comigo: “Será que vai ser mesmo tudo isso que falaram?”

Mas bastou dar os primeiros passos no saguão pra ter certeza. Um rapaz da recepção notou minha bengala e se adiantou:

— O senhor prefere um quarto no térreo, próximo ao restaurante e com barras no banheiro?

Eu nem precisei pedir. A acessibilidade ali não era um favor. Era parte da rotina.

O carrinho elétrico nos levou calmamente até o quarto. No caminho, passamos por jardins floridos, passarelas largas e rampas suaves, que mais pareciam caminhos de parque. Lúcia, encantada com o visual, já sacava o celular pra registrar tudo.

O quarto era amplo, arejado, com cama firme e no nível certo pra não forçar o joelho. O banheiro? Melhor que muito hospital: seguro, limpo, adaptado. Me sentei um pouco na varanda, com vista para o rio que margeia o resort, e só consegui pensar numa coisa:

“É, Antônio… você escolheu bem dessa vez.”

A Estrutura Acessível do Resort: Pensado para Descanso com Dignidade

A primeira coisa que notei ao circular pelo Salinas Maragogi foi que ali a palavra “inclusão” não era propaganda — era prática mesmo. O espaço foi claramente desenhado para receber gente de todas as idades e com diferentes necessidades. E isso, pra mim, vale mais do que qualquer luxo.

As calçadas internas são planas, largas, com rampas bem distribuídas. Nada de degrauzinho traiçoeiro ou piso escorregadio. Me senti seguro pra caminhar com minha bengala por conta própria — e olha que sou cuidadoso.

Nos restaurantes, as mesas têm bom espaçamento e os garçons logo notam quem precisa de um ritmo mais tranquilo. Não faltou atenção em nenhum momento. Um deles até ofereceu apoio quando me viu olhando as opções do buffet com um pouco de indecisão:

— Se preferir, posso montar o prato pro senhor e levar até a mesa. Sem pressa.

Esse tipo de gesto, pra quem viaja com alguma limitação, vale ouro.

A piscina principal também me surpreendeu: além de ter acesso por rampa, havia espreguiçadeiras mais firmes e guarda-sóis com bom espaço de circulação ao redor. Vi também hóspedes usando cadeira de rodas sendo auxiliados com cuidado pelos recreadores — discretos e bem treinados.

E não posso deixar de comentar o transporte interno. Carrinhos elétricos circulam com frequência, e basta pedir na recepção que te buscam e te deixam onde quiser. Um deles virou meu “cavalo branco” quando o sol estava forte demais ou quando eu e Lúcia queríamos assistir ao pôr do sol no deque do rio, que é longe pra quem não caminha muito.

Cada canto do resort me transmitia o mesmo sentimento: “Você é bem-vindo aqui. Do jeito que você é.”

Uma Rotina de Descanso, Descobertas e Céus Estrelados

Com o corpo descansado e a alma aberta, comecei a aproveitar o que o resort tinha de melhor — e olha, não era pouca coisa, não.

Logo depois do café da manhã — que, aliás, era um espetáculo à parte, com pão de queijo quentinho (sim, mineiro repara nisso) e frutas cortadas com capricho —, eu e Lúcia montávamos nosso “roteiro do dia”. Só que ali o roteiro era diferente: era o corpo que dizia o que dava vontade de fazer. E isso, pra quem viveu a vida inteira no relógio, já era uma liberdade imensa.

Teve manhã que passamos só na beira do rio, sentados nas cadeiras de madeira sob a sombra dos coqueiros. Lúcia com o livro dela, eu com meu olhar vagando entre as águas calmas e os sons do resort ao fundo. Teve tarde que participamos de uma oficina de pintura com outros hóspedes — e a conversa fluía fácil, como se a gente se conhecesse há anos.

E à noite… ah, as noites em Maragogi são de outro mundo.

Numa delas, descobrimos que o resort organiza uma pequena atividade de observação do céu. Sem telescópio nem nada sofisticado, só com cadeiras reclinadas no deque de madeira e a orientação de um monitor que apontava constelações com uma lanterna de luz vermelha. Achei aquilo de uma simplicidade linda. E foi ali, olhando a Via Láctea com minha mulher ao lado, que me peguei pensando em como o tempo é generoso quando a gente para de correr.

Disse baixinho pra ela:

— Sabia que, mesmo depois de tantas décadas, ainda tem coisa nova que me deixa bobo de encantamento?

Ela sorriu, segurou minha mão e disse:
— E que bom que a gente veio.

Dicas de Ouro para Viajantes da Melhor Idade

Depois dessa experiência maravilhosa no Salinas Maragogi, fiz questão de anotar umas dicas no meu caderno de viagem. Não sou blogueiro, mas se isso ajudar alguém a ter uma viagem mais tranquila, já valeu. Aqui vão as minhas recomendações:

🛏️ Escolha um quarto no térreo (e perto do restaurante!)

Eles têm várias opções acessíveis, mas se você, como eu, usa bengala ou tem algum desconforto pra subir escadas, peça logo na reserva um quarto térreo com fácil acesso. O meu tinha banheiro com barras, piso antiderrapante e cama firme — ótimo pra quem evita colchão muito mole.

🚶 Use (e abuse) dos carrinhos elétricos

O resort é grande. Não tenha vergonha de chamar os carrinhos quando quiser ir do quarto até a piscina, o restaurante ou a beira do rio. Eles passam com frequência, são silenciosos e os motoristas são uma simpatia. Um até me chamou de “Seu Galileu” depois que falei das estrelas!

☀️ Leve seus aliados: chapéu, protetor solar e calçado firme

O sol de Maragogi é bonito, mas exige respeito. Protetor solar é obrigatório. Um chapéu com aba e um calçado antiderrapante (tipo papete) ajudam muito na segurança e conforto.

📅 Evite alta temporada se puder

Fomos em abril e o resort estava mais calmo. Nada de filas no restaurante, piscina tranquila, atendimento mais personalizado. Pra quem gosta de sossego, é o ideal.

🧘 Respeite seu ritmo

O mais bonito dessa viagem foi perceber que a gente não precisa correr atrás de nada. A paisagem, a comida, as amizades — tudo chega até você se você estiver disposto a viver no seu tempo.

Informações Práticas para o Leitor

📍 Localização

O Salinas Maragogi All Inclusive Resort está localizado no litoral norte de Alagoas, entre Maceió e Recife, em uma das regiões mais bonitas da Costa dos Corais.

  • Endereço: Rodovia AL 101 Norte, km 124 – Maragogi, AL
  • Acesso:
    • A partir do Aeroporto de Maceió (MCZ): cerca de 2h30 de carro.
    • A partir do Aeroporto de Recife (REC): aproximadamente 2h.
    • Transfers e vans adaptadas podem ser contratados com antecedência.

Acessibilidade

O resort tem estrutura pensada para receber bem idosos e pessoas com mobilidade reduzida:

  • Quartos adaptados (banheiros com barras, circulação ampla)
  • Rampas suaves e bem distribuídas por todo o complexo
  • Carrinhos elétricos disponíveis para transporte interno
  • Restaurantes com bom espaçamento e staff preparado para atender com atenção
  • Piscinas com acesso facilitado e espreguiçadeiras firmes
  • Equipe de recreação treinada para acompanhar hóspedes com necessidades especiais

💵 Valores

  • Diárias a partir de R$ 1.100,00 (casal) no sistema all inclusive
  • Inclui: todas as refeições, bebidas, snacks, atividades recreativas, shows e uso das áreas comuns
  • Promoções são comuns fora de temporada — vale acompanhar o site oficial.

📞 Contato

🎒 Dicas de Preparação

  • Melhor época para visitar: março a junho e setembro a novembro (clima bom e menos movimento)
  • O que levar:
    • Roupas leves e confortáveis
    • Chapéu, óculos escuros e protetor solar
    • Medicamentos de uso contínuo
    • Sapatos firmes e antiderrapantes
    • Documentos de identidade e cartão do SUS ou plano de saúde

Conclusão: A Viagem que Me Deu o Tempo de Volta

Dizem que a gente não pode parar no tempo. Concordo. Mas depois dessa viagem, aprendi que também não precisa correr atrás dele. O Salinas Maragogi me ensinou que o tempo pode, sim, caminhar do nosso lado — respeitando nossos passos, nossos limites e até nossas dores.

Foram dias de tranquilidade, de paisagens que lavam os olhos e de pessoas que cuidam com gentileza, sem exagero nem frieza. Mais do que descansar, eu me reconectei com um lado meu que andava quieto demais — aquele que se encanta com o simples, que observa o céu devagar, que escuta histórias de outros hóspedes como quem folheia um bom livro.

Voltei pra casa com a alma cheia, o corpo leve e o coração lembrando a todo instante que ainda há muito pra ver e viver — e que a gente merece conforto, respeito e beleza em cada viagem.

Se você, leitor ou leitora, pensa que seus dias de aventura já passaram… pense de novo.
O paraíso existe, é acessível, e tá de braços abertos em Maragogi.

Com carinho,
Antônio

📣 Convite da Editora

Gostou do relato do Seu Antônio? Aqui no blog Roteiros Acessíveis para Idosos com Mobilidade Reduzida no Brasil, acreditamos que toda jornada merece ser contada.

Se você viveu uma experiência inspiradora, com conforto, inclusão e beleza — seja no Nordeste, no interior ou nas estrelas — compartilhe com a gente! Sua história pode ser a motivação que falta para outro leitor (ou leitora) fazer as malas e partir.

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